Os hábitos alimentares e o estilo de vida vêm sendo
modificados através dos tempos, fazendo com que aumente consideravelmente o
número de obesos e de doenças associadas à obesidade em vários países.
A obesidade, caracterizada por acúmulo excessivo de
gordura corporal, causa vários prejuízos à saúde dos indivíduos como:
dificuldades respiratórias, problemas dermatológicos (pele), dificuldade de
locomoção, dislipidemias (aumento de colesterol e triglicerídeos), doenças
cardiovasculares, Diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer e portanto, acaba
favorecendo o surgimento de doenças potencialmente letais.
A distribuição da gordura no nosso organismo
influencia no aumento do risco de doenças associadas. O indivíduo que possui a
gordura localizada em excesso na região do abdômen, chamada de obesidade
andróide, possui um risco maior do que aquela pessoa que possui uma maior
concentração de gordura na região do quadril, chamada de obesidade ginóide.
Não podemos pensar que a obesidade é uma condição
fisiológica, mas sim uma doença complexa e multifatorial que está atribuída a
um desequilíbrio entre a energia consumida (quantidade e qualidade dos
alimentos) e o gasto de energia (influenciado pela atividade física e
metabolismo do indivíduo).
Vários estudos estão sendo realizados para entender
melhor o mecanismo que envolve o acúmulo de gordura corporal e assim poder
estar agregando novos procedimentos aos tratamentos já realizados, pois conseguir
reduzir o peso corporal como mantê-lo acaba sendo difícil na maioria dos casos.
Alguns avanços já foram obtidos como a descoberta de um hormônio chamado
grelina (regula a saciedade), NPY (fome) e da leptina, que tem importante papel
no equilíbrio energético.
A utilização contínua de vários medicamentos pode
induzir ao aumento de peso como, por exemplo, os antidepressivos, os
anticonvulsivantes, os antidiabéticos, os anti-histamínicos (utilizado em
manifestações alérgicas), os glicocorticosteróides (utilizado em alergias e asma)
e hormônios sexuais (estrogênio, progestagênio, tamoxífeno).
Para que todos esses fatores negativos sejam
minimizados é preciso realizar uma modificação do comportamento alimentar que
tem como objetivo a redução do excesso de peso, a prevenção do ganho de peso, a
melhora ou eliminação dos problemas associados e a redução do risco de
complicações no futuro.
Na terapia nutricional utiliza-se estratégias como o
incentivo ao consumo de alimentos de baixo índice glicêmico (cereais integrais,
leguminosas, frutas, hortaliças), pois retardam a fome e reduzem a necessidade
de produção rápida de insulina. Há também o cuidado com a ingestão excessiva de
proteínas, gorduras e sal.
Entre as condutas que devem ser realizadas pelas
pessoas que têm excesso de peso estão a redução do consumo de preparações muito
calóricas, o fracionamento das refeições, a inclusão ou aumento da ingestão de
frutas e hortaliças, a modificação da forma de preparo dos alimentos, ou seja,
realizar uma reeducação alimentar.
Para que haja uma boa evolução no tratamento da
obesidade é preciso colocar em prática a reeducação alimentar e associá-la a um
aumento da atividade física e mudança de comportamento.
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