Principal | O Nutricionista | Consultório | Serviços | Parceiros | Contato

13 de fevereiro de 2012

Alergias alimentares



Desde a antiguidade, já eram conhecidos efeitos adversos que alguns alimentos causavam em certas pessoas, sendo que em outras não era apresentado nenhum efeito. Essas reações podem acontecer em qualquer idade, porém na infância são mais acentuadas. Geralmente, essa grande sensibilidade à alguns alimentos pode ser causada por uma resposta anormal à alguma parte da proteína ingerida, como também pode estar relacionada com a nossa imunidade, ser desencadeada por herança genética ou ocorrer por um mal funcionamento do organismo.
Entre os sintomas relacionados à reações adversas à alimentos estão os respiratórios como a rinite e a asma. Já entre os sintomas gastrintestinais estão o vômito, náusea e diarréia. Na pele geralmente aparecem urticárias, dermatite e eczema (a pele fica vermelha, escamosa e pode apresentar rachaduras ou pequenas bolhas). Outros sintomas podem estar presentes como: o angioedema (inchaço abaixo da pele situado ao redor da boca, olhos e garganta), a dor de cabeça e o choque anafilático (há colapso do sistema respiratório e vasos sanguíneos, podendo ser fatal).
Essas reações provocadas por certos tipos de alimentos podem ser classificadas em intolerâncias, intoxicações e aversões.
A intolerância alimentar pode ocorrer por reações alérgicas, defeitos enzimáticos como a intolerância à lactose e ao glúten e reações farmacológicas, onde certos tipos de medicamentos, como por exemplo, alguns utilizados na hipertensão arterial e depressão interagem com alimentos ricos em tiramina, fazendo com que o efeito do medicamento seja minimizado.
As intoxicações alimentares podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos, toxinas e substâncias irritantes dos alimentos. Deve ser levado em consideração a contaminação por agrotóxicos e fertilizantes químicos que acabam permanecendo nos alimentos, provocando efeito adverso, onde muitas vezes é atribuído ao alimento.
Já a aversão à alimentos é uma negação de determinado alimento ofertado, sendo que pode estar atribuído à fatores psicológicos, por não gostar do sabor do alimento ou pode estar associado à experiência anterior que causou algum desconforto.
 Alguns alimentos possuem agentes farmacológicos que podem desencadear alguns sintomas em indivíduos sensíveis à essas substâncias.
Alguns queijos, levedo de cerveja, peixe em conserva e vinho tinto contém tiramina, que pode provocar enxaqueca e urticária, como também interagir com alguns medicamentos. Já o chocolate, morango, tomate, amendoim, carne suína, abacaxi e bebidas alcoólicas possuem agentes liberadores de histamina provocando urticária e eczema. Já o café, chá verde, chá preto, refrigerantes à base de cola e chocolate possuem metilxantinas, capazes de provocar hipertensão e sintomas neurológicos. Já outros alimentos quando consumidos em excesso, como leguminosas (feijões, lentilha, grão de bico), amora e maçã podem provocar diarréia, dor abdominal e flatulência (gases).
Muitos dos alimentos citados acima são muito importantes na nossa alimentação, sendo que deve ser avaliado a hipersensibilidade da pessoa e as interações dos alimentos com os medicamentos utilizados. Depois dessa avaliação é possível avaliar a necessidade de efetuar uma substituição ou não por outras opções que possam contemplar uma alimentação equilibrada, fazendo com que o organismo receba os nutrientes necessários para um bom funcionamento.

Interação entre medicamentos e nutrientes



Os medicamentos interagem diretamente com a absorção de vários nutrientes presentes nos alimentos. Alguns medicamentos, quando consumidos próximos das refeições, fazem com que demore mais tempo para serem absorvidos, como também interagem com alimentos podendo provocar perda de nutrientes, causando ao indivíduo deficiências nutricionais. A partir do momento em que o estado nutricional piora, maiores podem ser as interações.
A terapia nutricional torna-se uma ferramenta muito importante, tendo como objetivo reduzir essas interações e/ou suprir as deficiências nutricionais existentes. Isso pode-se fazer devido à alterações da dieta, e somente em casos específicos utiliza-se uma complementação alimentar (suplementos).
É importante levar em consideração que essas interações de medicamentos e nutrientes podem variar de pessoa para pessoa, fazendo com seja priorizado a terapia nutricional de acordo com o estado do paciente.
Cada medicamento em específico pode causar interações com nutrientes diferentes, como por exemplo: antiinflamatórios como o AAS (Ácido Acetil Salicílico), que pode reduzir a absorção de Vitamina C, B1 e B9 e Potássio. Já antibióticos como o Ciprofloxacino, quando ingerido com leite pode diminuir a absorção do próprio medicamento como também de Ferro, Magnésio, Zinco e Cálcio. Outros antibióticos como o Sulfametaxazol e a Trimetropina interferem no metabolismo da Vitamina B9.
Anti-hipertensivos como o Anlodipino pode causar depleção de Potássio, Cálcio e Vitamina D. O Verapamil pode depletar Cálcio, Vitamina C e D. Já o Captopril pode causar perda de proteínas, sendo que Cálcio e Magnésio podem interferir na absorção desse medicamento. Alguns diuréticos como a Hidroclortiazida pode reduzir Sódio, Potássio, Magnésio, Zinco e Vitamina B2.
Como vimos, inúmeros medicamentos podem interagir com os nutrientes presentes nos alimentos, tornando-se necessário uma alimentação adequada para cada indivíduo. Quando este fator acaba sendo desprezado, poderá haver alteração dos efeitos terapêuticos dos medicamentos, como também deficiências nutricionais e eventos de efeitos tóxicos aumentados.
A escolha de alimentos adequados em horários regulares pode melhorar o prognóstico, reduzir riscos de alterações na eficácia do tratamento e evitar futuras complicações.

Longevidade e Nutrição - como ter um envelhecimento saudável?



Todas as pessoas procuram ter uma longevidade de forma tranqüila e saudável, pois o ser humano pretende sempre viver o máximo que puder. Quando chega-se à uma certa idade, deseja-se sempre estar satisfeito com a vida, permanecer com saúde, ser capaz de cuidar de si próprio, permanecer livre de doenças crônicas e ter um bom convívio social, tanto com parentes como com amigos.
Há vários fatores ambientais que podem interferir na longevidade, como por exemplo, a composição corporal, a genética, o tabagismo, a nutrição, a atividade física e a condição sócio-econômica.
O exercício físico é muito importante tanto para os idosos, como para a população em geral. No idoso o exercício físico evita a fragilidade e a vulnerabilidade causada pela inatividade, reduz as mudanças biológicas causadas pela idade, melhora a saúde mental e auxilia na reabilitação de doenças agudas e crônicas. Estudos indicam que o exercício físico reduz o risco para o Diabetes tipo 2, câncer, demência, osteoporose e sarcopenia (perda da força e massa muscular).
As atividades físicas realizadas em grupos, além de atuarem na prevenção e reduzirem os riscos para determinadas doenças, têm outra vantagem chamada de ganho secundário, que constitui de um melhor equilíbrio emocional, melhora na auto-estima e integração social.
A nutrição tem como objetivo principal retardar ou modular os processos de envelhecimento, manter e/ou recuperar o estado nutricional, prevenir e combater as doenças crônicas relacionadas ao envelhecimento.
 Uma boa hidratação é fundamental para o bom funcionamento do organismo do idoso, pois ocorre perda de água devido à reduzida capacidade renal e sensação diminuída de sede, sendo que a desidratação é responsável por 6,7% das internações de idosos em hospitais.
Aliada à uma hidratação adequada, as fibras alimentares presentes principalmente em frutas e verduras devem ser consumidas em grande quantidade, evitando problemas como constipação e diverticulite (inflamação que ocorre no intestino grosso).
 É preciso também ter cuidado com o tipo de alimento fonte de carboidrato ingerido, ou seja, evitar alimentos açucarados, doces, balas, biscoitos, bolos e refrigerantes. Em relação às gorduras, precisa-se evitar as frituras, carnes gordas, preparações gordurosas e dar preferência para óleos de boa qualidade como o azeite de oliva extra virgem, utilizado principalmente como tempero de saladas. Já quanto às proteínas, o idoso precisa de um aporte adequado, que auxilia na prevenção da sarcopenia, com destaque para alimentos à base de soja, que possuem efeitos benéficos como a redução do colesterol e nas mulheres auxilia à amenizar os sintomas da menopausa.
O idoso também possui grande necessidade de vitaminas e minerais, como Ferro e Cálcio, as vitaminas do complexo B, ácido fólico e vitamina E (amêndoa, amendoim, castanha-do-Pará, óleo de semente de girassol) que previne a aterosclerose (doença crônica que ocorre nos vasos sanguíneos), Alzheimer e Parkinson.
Ainda fazem parte do cuidado nutricional do idoso a consistência, o fracionamento e o volume das refeições. A qualidade e a quantidade de alimentos ingeridos irão influenciar diretamente na qualidade de vida.

Obesidade, um mal do século XXI?



Os hábitos alimentares e o estilo de vida vêm sendo modificados através dos tempos, fazendo com que aumente consideravelmente o número de obesos e de doenças associadas à obesidade em vários países.
A obesidade, caracterizada por acúmulo excessivo de gordura corporal, causa vários prejuízos à saúde dos indivíduos como: dificuldades respiratórias, problemas dermatológicos (pele), dificuldade de locomoção, dislipidemias (aumento de colesterol e triglicerídeos), doenças cardiovasculares, Diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer e portanto, acaba favorecendo o surgimento de doenças potencialmente letais.
A distribuição da gordura no nosso organismo influencia no aumento do risco de doenças associadas. O indivíduo que possui a gordura localizada em excesso na região do abdômen, chamada de obesidade andróide, possui um risco maior do que aquela pessoa que possui uma maior concentração de gordura na região do quadril, chamada de obesidade ginóide.
Não podemos pensar que a obesidade é uma condição fisiológica, mas sim uma doença complexa e multifatorial que está atribuída a um desequilíbrio entre a energia consumida (quantidade e qualidade dos alimentos) e o gasto de energia (influenciado pela atividade física e metabolismo do indivíduo).
Vários estudos estão sendo realizados para entender melhor o mecanismo que envolve o acúmulo de gordura corporal e assim poder estar agregando novos procedimentos aos tratamentos já realizados, pois conseguir reduzir o peso corporal como mantê-lo acaba sendo difícil na maioria dos casos. Alguns avanços já foram obtidos como a descoberta de um hormônio chamado grelina (regula a saciedade), NPY (fome) e da leptina, que tem importante papel no equilíbrio energético.
A utilização contínua de vários medicamentos pode induzir ao aumento de peso como, por exemplo, os antidepressivos, os anticonvulsivantes, os antidiabéticos, os anti-histamínicos (utilizado em manifestações alérgicas), os glicocorticosteróides (utilizado em alergias e asma) e hormônios sexuais (estrogênio, progestagênio, tamoxífeno).
Para que todos esses fatores negativos sejam minimizados é preciso realizar uma modificação do comportamento alimentar que tem como objetivo a redução do excesso de peso, a prevenção do ganho de peso, a melhora ou eliminação dos problemas associados e a redução do risco de complicações no futuro.
Na terapia nutricional utiliza-se estratégias como o incentivo ao consumo de alimentos de baixo índice glicêmico (cereais integrais, leguminosas, frutas, hortaliças), pois retardam a fome e reduzem a necessidade de produção rápida de insulina. Há também o cuidado com a ingestão excessiva de proteínas, gorduras e sal.
Entre as condutas que devem ser realizadas pelas pessoas que têm excesso de peso estão a redução do consumo de preparações muito calóricas, o fracionamento das refeições, a inclusão ou aumento da ingestão de frutas e hortaliças, a modificação da forma de preparo dos alimentos, ou seja, realizar uma reeducação alimentar.
Para que haja uma boa evolução no tratamento da obesidade é preciso colocar em prática a reeducação alimentar e associá-la a um aumento da atividade física e mudança de comportamento.